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quinta-feira, 27 de maio de 2010

SALÁRIOS EM GOIÁS ESTÃO ABAIXO DA MÉDIA NACIONAL

Não é por acaso que as grandes indústrias estão vindo se instalar em regiões do País como a nossa, a região oferece boa logística para escoar a produção, a força de trabalho existe em abundância, incentivos fiscais, essa conversa que falta em nosso mercado força de trabalho qualificada não dá pra engolir ja que não se tem noticia de que alguma fábrica ou montadora fechou as portas por esse motivo.

O maior atrativo acaba sendo os baixos salários praticados por aqui, com todo esses ingredientes em alguns anos montadoras de veículos e outras grandes empresas começaram a debandar para o Centro-oeste, Norte, Nordeste e até para região Sul do Pais, é que produzir com o mesmo padrão de qualidade dos grandes centros, gastando menos com o trabalhador (baixos salários, poucos benefícios e grande oferta de desemprego) é negócio altamente lucrativo. Leia abaixo sobre a realidade dos salários em nosso Estado se comparado com outras Regiões do País. (Destaque meu)

Remuneração média paga ao Estado em 2008 é entre 2 e 2,4 vencimentos contra 3,1 no País. Comércio varejista lidera empregabilidade no período


Vandré Abreu
DA EDITORIA DE ECONOMIA
fONTE: DM


O crescimento da indústria, do comércio e do setor de serviços em Goiás são públicos e notórios dentro das perspectivas econômicas e dos resultados. Por outro lado, o Estado continua atrás de muitos em relação aos salários pagos. Em 2008 a média de Goiás foi de 2,0 a 2,4 salários mínimos, enquanto em todo o País verificou-se a média de 3,1. Entidades classistas ressaltam crescimento econômico da região, mas confirmam o baixo salário em comparação a outros eixos, como o Rio-São Paulo.

A pesquisa sobre o ano de 2008, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicada ontem, revela que São Paulo, com 3,9 salários mínimos médios; Distrito Federal, 3,7 salários; e Rio de Janeiro, 3,5; são os Estados que oferecem os melhores rendimentos aos trabalhadores, levando em conta todos os segmentos. Todos as outras unidades federativas ficaram abaixo da média nacional. Os piores Estados são Alagoas (1,8 salário mínimo), Ceará e Paraíba (ambos com 1,9 salário mínimo).

O comércio varejista, no período estudado, foi o que mais empregou no País, com 18,4% do pessoal ocupado assalariado, seguido da fabricação de produtos alimentícios (5,3%). A região Sudeste é onde mais há pessoas assalariadas, 51,7% do total, e ainda representa 63,4% do total dos salários. Já o Centro-Oeste concentra 7,1% dos assalariados e 6,3% dos rendimentos; além de se destacar no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas com 30% do total de pessoal. Em relação às indústrias, quem mais emprega é a fabricação de produtos alimentícios, com 28,2% dos empregados.

Cláudio Henrique de Oliveira, economista da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), analisa a pesquisa do IBGE dentro das características do Estado. “Goiás está em processo de desenvolvimento, que se dá por novas tecnologias e para isso é necessário ter uma mão de obra qualificada. Quanto mais qualificado é o trabalhador, melhor é o seu salário”, explica. Ele acredita que não é possível a comparação salarial entre regiões tão distintas, pois os gastos e encargos em cada Estado são diferenciados e um melhor salário pode não representar, na prática, melhores condições de vida.

Apesar de reiterar desconhecer a metodologia de pesquisa, o economista endossa que o resultado é influenciado pela região e por sua renda per capita, já que todos os segmentos econômicos fazem parte do estudo. “Há de se considerar que apenas São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília ficaram acima da média nacional. Nem mesmo Minas Gerais, com todo seu parque industrial, atingiu esse nível”, lembra. Os mineiros possuíram média de 2,6 salários mínimos em 2008. Ele ainda ressalta que cada região possui uma base produtiva diferente e que geram números diversificados.

Empresas

Outra especificidade da pesquisa é que as grandes empresas são as que mais empregam e fornecem os melhores salários. Apesar de corresponder a apenas 0,7% das entidades, 43,4% do pessoal ocupado está nas grandes empresas, responsável ainda por 68,1% das remunerações. A gerente de Recursos Humanos do shopping Flamboyant, Edna Mesquita, reitera que onde trabalha há o pagamento de um diferencial. “Não chega a ser igual ao que se paga no Rio de Janeiro ou em São Paulo, mas a diferença não chega a ser tão grande em nosso caso”, diz.

Especificamente sobre o setor industrial em Goiás, Cláudio garante que atualmente a média está em cerca de 3,0 salários mínimos, mesmo com a má qualificação dos funcionários. “Até um tempo atrás, quem aqui saberia montar um carro? A qualificação foi realizada por iniciativas das indústrias, em parcerias com entidades como o Senai e o Senac. Os funcionários que se prepararem conseguirão obter melhores salários”, argumenta. Ainda assim, ele confirma que a falta de qualificação é o grande problema nas empresas.

Edna corrobora com a ideia de que o salário aumenta de acordo com a qualificação do profissional, até por uma questão do mercado. Além disso, ela aconselha os trabalhadores a realizarem estágios, cursos e até mesmo trabalhos voluntários, que agregam valores de experiência e praticidade aos desejosos por salários melhores.

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