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sábado, 21 de julho de 2012

PSOL de Itumbiara solicita ao Ministério Público que proíba carros de som na campanha eleitoral deste ano.


O diretório municipal  do PSOL de Itumbiara, bem como o candidato do partido às eleições para prefeito de Itumbiara deste ano, João Maria Oliveira, protocolou na tarde de ontem às 16h00 um documento na Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público da cidade solicitando que a campanha eleitoral com carros de som e fogos de artifícios entre outras coisas sejam proibidas este ano, ressalvados  casos específicos

Na última eleição municipal (2008) os candidatos também não contaram com este tipo de recurso e não houve nenhum problema, apenas ganhos uma vez que a  população reconheceu como positiva aquela medida..

Já está comprovado cientificamente que a emissão exagerada de ruídos provoca danos à saúde humana, podendo causar distúrbios físicos e mentais. Além disto, a emissão de ruído acima do permitido por lei é considerado poluição sonora, podendo perturbar a segurança viária, o sossego público e a qualidade de vida de toda a população.

Diante disto, o PSOL acredita ser de extremo interesse público que não sejam permitidos carros de som durante a campanha eleitoral e conclama todos os partidos políticos envolvidos na disputa eleitoral para aderirem a essa medida. "Todos os candidatos possuem inúmeras formas de divulgarem suas plataformas eleitorais, como televisão, rádio, Jornais, sites e redes sociais e ainda o corpo a corpo com o eleitor, tornando os carros de som totalmente dispensáveis".

O partido tem plena convicção que o respeito ao eleitor começa ainda durante a campanha eleitoral, e o excesso de barulho provocado pelos carros de som são um desrespeito à população. A direção do partido vai solicitar ao MP que intervenha de forma firme no sentido de coibir este desrespeito ao povo de Itumbiara e garantir que este processo eleitoral seja tão tranquilo quanto o processo eleitoral de 2008.

Leia aqui o documento protocolado no Ministério Público de Itumbiara.






terça-feira, 17 de julho de 2012

Considerando que o eleitor não é surdo e que temos inúmeras formas de chegar até o mesmo, o Psol de Itumbiara lança campanha pelo não uso de carro de som nessas eleições em respeito aos eleitores e contra o abuso de poder econômico.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

POR UMA OUTRA POLÍTICA

POR UMA OUTRA POLÍTICA
Ângelo Cavalcante

NÃO PODE HAVER DEMOCRACIA SEM PARTICIPAÇÃO POPULAR.Arlete Fonseca de Andrade novo, NÃO PODE HAVER DEMOCRACIA SEM PARTICIPAÇÃO POPULAR e, definitivamente, não devemos confundir, sob quaisquer aspectos, DEMOCRACIA com PROCESSO ELEITORAL. 


Qualquer confusão nesse sentido empobrece a nossa já bastante limitada participação popular, inibe suas formas autênticas de organização e enfraquece, mais ainda, o já minguado debate político em nossa cidade, dissimulando, portanto, as próprias percepções acerca do mundo da política, o que reverbera, por conseguinte, em toda sorte de alienação, distanciamento, indiferença ante ao público e seu necessário aperfeiçoamento. Em último termo, dá vida a pior tragédia social da qual, ainda e, infelizmente, somos vítimas diretas: A CORRUPÇÃO.

DEMOCRACIA é mais e maior. É a mais profunda contribuição que os gregos relegaram ao mundo. Vinda de polis, que quer dizer cidade, a política era exercida pelos polítikos, ou cidadãos que viviam e habitavam a cidade. Esta cidade era administrada pelos seus próprios habitantes. Não existia prefeito, vereador ou qualquer sorte de representação. A administração se dava de forma livre e direta por meio de assembleias livres e abertas. 


Aliás, o mecanismo da representação surge forte e como fenômeno político contemporâneo com a formação dos chamados Estados-nação, tendo-se em vista, sobretudo, a necessidade de se evitar MONARQUIAS ABSOLUTISTAS como as de HENRIQUE VIII na Inglaterra e de LUÍS XIV na França e que concentravam enorme poder em suas mãos. A esse respeito, não esqueçamos que é atribuída a Luís XIV, a clássica frase "L'État c'est moi" (Em bom vernáculo português: O Estado sou eu). Ocorre que, antes do advento do Estado-nação, a política era outra coisa, profundamente distinta do que, infelizmente, temos nos dias atuais.

Ela, a política, significava A ADMINISTRAÇÃO DE TODOS OS ASSUNTOS PÚBLICOS PELO PRÓPRIO PÚBLICO EM UMA COMUM ESFERA DE PODER, DE DECISÕES E DE RESPONSABILIDADES. Nada que ver com o atual modelo político, assentado em representações que, definitivamente, não representam. Modelo, escancaradamente falido e que, de forma ideológica e manipuladora investe fundo na infâmia que insiste em querer confundir PROCESSO ELEITORAL com DEMOCRACIA. É uma parte sim, mas, por cuidado e inteligência, não tomemos a parte como todo.

Esta forma eleitoral a que estamos submetidos é, em toda a sua inteireza, um modelo elitista, burguês, classista e excludente e que, tão somente, expulsa a população trabalhadora de todo o debate, formação e sensibilização que a política, potencialmente poderia contribuir.

Logo a população... De longe, a mais interessada nos temas públicos, no aperfeiçoamento dos serviços sociais e públicos, no seu aprimoramento e consequente democratização porque inevitavelmente carece profundamente da esfera pública para a sua própria qualidade de vida. Porque, como todos sabem, em um país de tragédias sociais seculares, como o Brasil, o Estado, a esfera pública, é de importância central para a população.


O atual modelo, de uma perversão inominável é deseducativo em sua estrutura, nada cidadão por suas dinâmicas refratarias e seletivas, em sua concretude, feito para manter e produzir manutenção para o status quo e que tão bem abriga nossas elites com seus ranços, vícios e mordomias infinitas e, deste modo, limita o povão a, tão somente, escolher a cada dois anos, aquele que irá rouba-lo ano após ano. Nada, além disso!

Utilizo-me de primoroso texto a esse respeito, intitulado O MUNICIPALISMO LIBERTÁRIO, do bastante claro, cientista político norte-americano Murray Bookchin e que irá afirmar: “A política significa a gestão dos negócios públicos pela população em nível comunitário; negócios públicos que, em seguida, tornaram-se domínio exclusivo dos políticos e dos burocratas. A população geria a coisa pública em assembleias cidadãs diretas, no cara a cara, e elegia conselhos que executavam as decisões políticas formuladas nessas assembleias. 



Estas controlavam de perto o funcionamento desses conselhos, revogando os delegados cuja ação era objeto da desaprovação pública. Mas limitando a vida política unicamente às assembleias cidadãs, corria-se o risco de ignorar a importância de seu enraizamento numa cultura política fértil feita de discussões públicas cotidianas, nas praças, nos parques, nas esquinas das ruas, nas escolas, nos albergues, nos círculos etc. Discutia-se política em toda parte, preparando-se para as assembleias cidadãs, e tal exercício cotidiano era profundamente vital. ”

Inequivocamente ou oxigenamos a política por meio da educação política, cidadã e pública ou a política perderá, como está a perder, o seu sentido agregador, integrador e construtor de sociedades unitárias, coesas e harmonizadas. Servirá, tão somente, como sumidouro de recursos públicos em prol de máfias e grupos criminosos.



 Em tristes tempos de politica assentada na despolitização, de um movimento de (des) mobilização feito “pelos de cima” onde o marketing substitui o debate amplo, aberto e democrático, onde o jingle substituiu a voz rouca e os brados disformes das multidões, onde o photoshop constrói sorrisos e poses para se tentar vender a falsa imagem do político supostamente moderno e íntegro a fim é claro, de arrancar os necessários votos da patuleia e de que necessitam para seus privilegiados empregos quadrienais, afirma-se categoricamente que já é passada a hora de pensarmos saídas reais. 


Asseguradamente, o resgate da democracia a partir de suas origens gregas, seria um excelente começo.

Ângelo Cavalcante – Economista, cientista político e professor da Universidade Estadual de Goiás, campus Itumbiara. E-mail: angelocavalcante@yahoo.com.br

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