Goiânia - Um grupo de 82 membros do Ministério Público de Goiás e da União pediu, nesta segunda, o afastamento do senador cassado, Demóstenes Lázaro Xavier Torres, da função de procurador de Justiça no Ministério Público de Goiás (MPE-GO). O pedido de afastamento liminar foi protocolado junto ao Conselho Nacional de Ministério Público (CNMP), com sede em Brasília (DF).
"Não temos expectativa sobre qual será a decisão do CNPM ou quando vai ocorrer. Mas temos a certeza de que essa angústia, criada pelo retorno do Demóstenes Xavier ao Ministério Público, vai ter de acabar", disse o promotor Reuder Cavalcante Motta, da 3a. Promotoria de Justiça em Itumbiara (GO), e porta-voz do grupo dos 82.
Reuder Motta explicou que a iniciativa deve-se ao constrangimento pela presença do ex-senador, cassado no mês de julho por quebra de decoro parlamentar, e que é manifestada pela maioria dos membros do MPE.
Demóstenes foi acolhido pelo MPE após 13 anos de afastamento. Período em que foi secretário de Segurança Pública, em Goiás, depois eleito e reeleito para o Senado Federal.
Ao oficializar seu retorno, no dia 20 de julho, a Corregedoria Geral abriu sindicância para apurar possíveis irregularidades de conduta. "O tempo está passando e a sindicância não vai caminhar para lugar algum", critica o promotor Robertson Alves Mesquita.
Procurado em seu gabinete no Ministério Público, um funcionário informou que Demóstenes Torres está, desde a semana passada, em licença médica de 30 dias, para tratamento de sinusite. O advogado do procurador, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, não respondeu às ligações.